Depois de quase 3 anos sem postar aqui no blog, enfim sobrou um tempo para trips de montanha mais desafiadoras.

Passou a pandemia, que deixou o corpo um pouco mais devagar. Posso dizer que 2023 tá sendo o ano do retorno. Mesmo não tendo parado de subir montanhas, esse ano tá mais intenso e especial, tanto para o trekking em montanha quanto para a escalada em rocha.

Mas bora para o que interessa.

Final de maio e início de junho o tempo colaborou muito para a montanha, então mesmo sem companhia no feriado de corpos christi não poderia perder a oportunidade de conhecer algumas montanhas novas, e deslumbrantes. Mesmo sozinha.

Serei breve na descrição.

Dia 8 de junho era meu aniversário de 33 anos e foi comemorado na montanha.

Comecei a subir o Camapuã pela fazenda do Bolinha era 09h06min da quinta-feira dia 8 de junho (feriado) com peso relativo na mochila.

A subida até o Camapuã é relativamente puxadinha, principalmente depois da bifurcação com a trilha que vai para o Siririca, no entanto, nada de dificuldades técnicas até o Tucum. A bica de água antes do Tucum, depois de uns 20 dias de tempo mais seco estava sem água corrente, mas mesmo assim peguei a água parada para me abastecer, estava gelada.

Até o Tucum se encontra muita gente na trilha, depois fica muito mais seleto e para quem gosta de paz na montanha mais tranquilo.

O visual do Tucum é simplesmente lindo demais para a direção do Pico Paraná.

A descida do Tucum até o vale onde tem água é braba, posso dizer que do circuito todo é a descida mais perrengue, mas mesmo assim, sem muitas dificuldades técnicas, vai tranquilo com atenção. Tranquilo é modo de dizer, porque com peso nas costas a essa hora o cansaço já bateu.

Depois do rio vem a subida, mais uma subida. Para quem continua a trilha depois do Tucum recomendo blusa de manga comprida e um ecohead no pescoço para proteger dos cortes, uma luva vai bem também, muitas taquaras e bromélias pelo caminho.

A trilha vai ficando mais fechada também depois do Tucum, e mais desafiadora em relação à orientação.

Tudo OK, o acampamento do Cerro Verde tem espaço para umas 4 barracas tranquilo, mas coube 10 LOTADO, na noite que dormi lá.

Cheguei no acampamento no Cerro Verde por volta de 13h45min tinha umas duas barracas armadas, galera guardando lugar, é ótimo de acampar, plano, e visual incrível. Encontrei uma turma do Rio, Minas e São Paulo que estavam fazendo o mesmo circuito que eu e foi bacana trocar uma ideia com eles.

Como tem poucos lugares recomendo iniciar a trilha cedo ou andar rápido, porque se não corre o risco de ficar sem lugar, isso quando tiver tempo bonito em finais de semana e feriado.

No dia seguinte a trilha foi uma paz só, não encontrei quase ninguém pelo caminho, 6 pessoas apenas, uma mina sozinha fazendo sentido oposto do circuito que eu fazia.

É uma trilha já bem mais fechada e precisa de mais atenção e experiência para não dar uns perdidos.

Comecei a caminhada por volta das 07h30min e cheguei no Siririca as 11h30min. Fiz o caminho que não passa pelo Meia Lua, e sim pelas águas. Passei o Luar e na descida já precisa pegar água para o Siririca. Também estava meio parada devido ao tempo seco. Mas mesmo assim me abasteci. 

Passei pelo Sirizinho, e esse caminho acaba desviando da rampa tradicional da subida do Siririca.

Quando cheguei no Siririca ainda não tinha ninguém. Apenas 3 caras que estavam fazendo a travessia Bolinha X Marco 22. O acamps fica na Placa 2, depois do cume.

Consegui colocar a barraca no lugar melhor rsrsr, e depois por volta das 14h30min chegaram as primeiras pessoas no cume, que foi o João e o amigo dele de Maringá.

Muito vento neste dia, sem chance de voar de drone, e não tinha levado mesmo porque a previsão dizia que iria ventar forte.

O camping acabou enchendo, enfim, em feriados de tempo bom lá também é bom não chegar muito tarde.

Comecei a descer no dia seguinte por volta das 7h30min, foram 4 horas e 5 minutos até chegar a Fazenda do Bolinha.

A descida da rampa do Siririca não é muito difícil em tempo seco, tranquilo para quem não tem medo de altura.

No mais a trilha de volta é super longa, encontrei poucas pessoas, umas 15 no máximo subindo a montanha.

Trecho meio solitário no meio da floresta e muito bonito, com uma longa descida e depois umas 3 subidas significativas, com bastante água ao longo do trecho. Lembra que se sobe desce.

Para mim foi super especial, deu tudo certo, é muito lindo e vale muito a pena.

Ah, mas quem está com gana de cumes ainda dá para fazer o Taquaripoca lá do Cerro Verde e o Ovo de Dinossauro ali do Luar. 

As montanhas do Paraná são mesmo incríveis. Tentei ser breve no relato, mas poderia ficar mais de uma hora falando sobre essa aventura.

Segue algumas fotos:

Vista para o PP do Tucum. Foto: Yara de Mello, 2023.
Vista para o PP do Cerro Verde. Foto: Yara de Mello, 2023.
Livro do Cume Cerro Verde. Foto: Yara de Mello, 2023.
Cume Cerro Verde. Foto: Yara de Mello, 2023.
Galera de Minas/SP/RJ empolgada fazendo aquela sopa natural. Foto: Yara de Mello, 2023.
Nascer do Sol do Cerro Verde. Foto: Yara de Mello, 2023.
Cume Luar. Foto: Yara de Mello, 2023.
Livro Cume Luar com assinatura do Mengue que tinha ido dias antes. Foto: Yara de Mello, 2023.
Agudo da Cotia visto a partir do Siririca. Foto: Yara de Mello, 2023.
Creme presente que a Ju trouxe da Alemanha. Foto: Yara de Mello, 2023.
Sombra pirâmide formada com o cume do Siririca, Pôr do Sol. Foto: Yara de Mello, 2023.
Placa 2, acampamento Siririca. Foto: Yara de Mello, 2023.
Rampa Siririca. Foto: Yara de Mello, 2023.
Eu no Siririca. Foto: João Paulo.