Pesquisas e Relatos

Paso del Viento (Circuito Huemul) e Loma del Pliegue Tumbado – El Chaltén, Patagônia Argentina

O Paso del Viento no Circuito Huemul, El Chaltén, é o ponto mais alto deste roteiro e também o local de onde é possível avistar o campo de gelo do sul da Patagônia pela primeira vez (durante o circuito). Para chegar até lá é preciso cruzar uma tirolesa, passar pelo glaciar rio Túnel Inferior, vencer um aclive de aproximadamente 1000 metros, passar por vacas selvagens, tirar as botas para atravessar rios de “águas congelantes”… É um percurso mais desafiador e menos frequentado que as trilhas convencionais de El Chaltén.


Introdução

Entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019 fiz uma viagem para o sul da Patagônia, tendo como um dos objetivos fazer o circuito Huemul, em El Chaltén. Acabei lesionando o meu joelho esquerdo e tive que ficar uns 5 dias descansando, por conta disso, não tive o tempo suficiente para fazer todo o circuito, que tem uma extensão de aproximadamente 60 km, e pode ser feito em 4 dias. Me restaram apenas 3 dias, por isso, fiz a metade do circuito, indo até o Paso del Viento (1415 m), e adicionando uma caminhada de ataque ao Loma del Pliegue Tumbado (1490 m).

Você pode fazer a trilha sozinho ou sozinha, mas é melhor fazer em dupla ou grupo, porque achei um pouco arriscado estar lá sozinha. Você fica exposta a um terreno diferente do que estamos acostumados, ventos fortes, frio, neve, chuva, possibilidade de se machucar, etc. Caso vá sozinho, é interessante você ir ao menos com um GPS e já ter um conhecimento de montanhismo.

Das trilhas que fiz em Torres del Paine (Circuito W), e em El Chaltén (Laguna Torre, Laguna de Los Tres, Laguna Sucia, etc.) esta foi a mais pesada, com os maiores desníveis e que mais me lembraram as dificuldades (de subidas) das montanhas aqui da região de Joinville, Serra do Mar e Serra Geral. Quem está acostumado a fazer trilhas por estas montanhas, terá preparo físico para fazer este circuito e as trilhas convencionais de El Chaltén e Torres del Paine.

Circuito Huemul – Detalhes

Cerro Huemul. Foto: Yara de Mello, 2019.

O Circuito Huemul tem uma extensão de aprox. 60 km, iniciando na cidade de El Chaltén, na sede do Parque Nacional los Glaciares, e terminando na Bahia rio Túnel. De lá, caso você não consiga carona, precisará andar mais uns 15 km até chegar na cidade. O circuito por um longo trecho vai contornando o Cerro Huemul (2677 m). Huemul, para quem não sabe, é uma espécie de cervo em perigo de extinção que habita a região da Cordilheira dos Andes na Patagônia argentina e chilena, não é um animal comum de ver pelas trilhas ou estradas como os Guanacos. Respeite-os caso os veja.

Huemul macho na Laguna Capri, de fundo o Fitz Roy. Fonte: Soledad Hary, guía del Parque Nacional Los Glaciares. 2019.

Para realizar o circuito Huemul é obrigatório fazer um registro na entrada do Parque Nacional los Glaciares em El Chaltén, a sede do parque na cidade fica bem na entrada da trilha. Quando for fazer o registro é obrigatório mostrar alguns equipamentos, sendo eles: MAPA DA TRILHA, FOGAREIRO, E EQUIPAMENTOS PARA CRUZAR A TIROLESA (utilizei = 1 cadeirinha, 1 Fita de Auto-Segurança Daisy Chain, um mosquetão de alumínio para encurtar a fita, 1 mosquetão de alumínio para me conectar à polia da tirolesa, 2 mosquetões de aço, um para me conectar ao cabo, caso a polia esteja do outro lado do rio, e 1 para conectar a mochila cargueira, 1 fita para prender a mochila ao mosquetão, e cordinha da barraca para puxar a mochila). Dica: Caso você não leve os equipamentos você pode alugar em El Chaltén.

Além disso, levei meu GPS com a trilha do circuito e os pontos de acampamento, etc. e também baixei o programa maps.me no meu celular, onde também baixei a track, caso fosse necessário. Acabei utilizando o GPS, e quando acabaram as pilhas (dica: compre pilhas DURACELL para seu GPS) utilizei o maps.me e funcionou super bem, o APP é gratuito e muito bom.

O circuito é realizado em 4 dias. No 1° dia são 16 km de caminhada até o camping Laguna Toro, o maior aclive é de cerca de 600 metros, e depois terá um declive de uns 400 metros até chegar no camping. No 2° dia, depois de uns 40 minutos de caminhada você já atravessa a tirolesa, e caminha 12,2 km no total até chegar no camping Paso del Viento. O maior aclive neste trecho (800 m) é até atingir o Paso del Viento, e depois mais uma descida de cerca de 400 metros até o acampamento. No 3° dia o trecho mais exigente é uma descida íngreme de cerca de 5 km, com um desnível de 800 metros, o percurso total é de 16,3 km. No 4° e último dia a caminhada tem cerca de 15 km e o terreno já é bem mais plano, apesar de ter uma subida e uma descida de cerca de 300 metros, neste dia será preciso atravessar outra tirolesa. O fim do circuito se dá na Bahía do Rio Túnel. De lá, caso você não consiga carona ainda precisará caminhar mais uns 15 km até a cidade. Tem pessoas que vão pela estrada e alguns cortam caminho, mas me sugeriram ir pela estrada porque o terreno é mais tranquilo.

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Mapa do Circuito Huemul indicando os dias de caminhada. Organizado por: Yara de Mello, 2019.
Perfil altimétrico do Circuito Huemul indicando os dias de caminhada. Organizado por: Yara de Mello, 2019.

Abaixo um relato sobre a caminhada que fiz de ida e volta até o Paso del Viento (56,4 km), passando pelo Loma del Pliegue Tumbado. Penso que talvez eu teria conseguido fazer todo o circuito em 3 dias, já que andei 56,4 km em dois dias. Porém, estava ainda me recuperando do joelho e me sentindo um pouco insegura por conta disso. Ficará para a próxima.


Dia 1 (04/01/2019) Centro de El Chaltén X Loma del Pliegue Tumbado X Laguna Toro (25,2 km)

Neste dia acordei as 4 da manhã para ver o Sol nascer do Mirador Cóndores, já que o visual das montanhas estava aberto (o que não é tão comum por Chaltén nos dias de verão), exceto o Cerro Torre que ficou visível apenas mais tarde. Depois voltei para o acampamento La Torcida e dormi um pouco mais, organizei com calma a minha mochila, depois fui no mercado e parti para o início da trilha. Dependendo do estado do meu joelho esquerdo eu iria ou não ao Loma del Pliegue Tumbado, por isso acabei indo meio tarde, e também porque a caminhada prevista até a Laguna Toro é de 5 horas, como só fica escuro as 22 horas, pensei que teria tempo suficiente.

Iluminação do nascer do Sol no Fitz Roy visto a partir do Mirador Cóndores. Foto: Yara de Mello, 2019.

As 12h20min saí da sede do Parque Nacional los Glaciares e iniciei a caminhada. Até a bifurcação com a trilha que leva ao Loma del Pliegue Tumbado são 4,4 km. Levei uma hora e pouco para chegar lá. Na bifurcação tem uma pastagem aberta e é cheio de vacas selvagens, por isso precisei colocar a minha mochila em cima de uma árvore e bem escondida. Fui para o Loma apenas com uma mochila de ataque, cheguei ao cume umas 14h30min. Decidi ir ao cume porque o visual do Cerro Torre (3102 m) e do Fitz Roy (3405 m) estava aberto. No caminho, antes da bifurcação e na sede do parque, consegui tirar umas fotos muito bonitas. Antes de chegar no L. del P. Tumbado tem um mirador, a subida até lá é constante e dentro de bosques. Mas depois do Mirador a subida fica mais íngreme e segue por um trecho aberto, com areia, rochas e cascalhos, locais que no inverno devem estar cobertos de neve e gelo. Mas ainda assim, nascem lindas flores no verão.

Nessa caminhada até o Loma del Pliegue Tumbado tem água próximo ao parque, ainda no início da trilha, e depois, que eu lembre, vai ter água potável apenas depois do Mirador, próximo ao Loma. Ao longo da trilha tem mais cursos d’água, mas tem muitas vacas na região, e as fezes delas contaminam a água. Fiquei uns 45 min no cume, e tive o azar de chegar lá e o Cerro Torre estar fechado com nuvens. Esse foi o padrão deste dia e do anterior, o Cerro Torre abria umas 9 horas da manhã e fechava depois das 14 horas. Ainda assim consegui um visual bonito. Um inseto que tem muito pelas trilhas de El Chaltén, posso dizer com segurança aos milhões, ao menos nessa temporada que fui, são lagartas.

Depois peguei minha cargueira e segui a diante. A trilha sobe mais uns 300 metros dentro de bosques, e depois chega num grande campo verde de onde é possível avistar o lago Viedma, nesse trecho ventava muito. Eu já estava cansada, quando vi uma placa que dizia: LAGUNA TORO 3 HRS. Quase chorei rsrsrsrsrs. Depois você chega num ponto que consegue avistar a Laguna Toro lá longe, e o ponto de acampamento, essa parte é uma descida de um desnível de aprox. 400 metros, e ela não acaba nunca, muito provavelmente porque eu estava bem cansada. Depois do fim da descida mais inclinada, quando começa a ficar mais plano, você passa por um pasto enorme, e cheio de vacas, sério, mais que 50 com toda certeza. Mas elas tinham medo de mim, mais do que eu delas, e saíam correndo quando eu ia chegando perto, algumas saltavam e davam coices, mas eu acho que era apenas brincadeira. Ainda antes de chegar no camping é preciso atravessar três rios por dentro da água, o melhor é tirar o tênis e levar uma sandália que prenda atrás no tornozelo. Eu esqueci a sandália no camping La Torcida, e como achei que estava perto do acampamento da Laguna Toro, e venta muita na região, minha bota secaria rápido, atravessei com o tênis. Me arrependi imensamente, porque o pé ficou ensopado e congelante. Quando retornei tirei o tênis e fui descalço, muito melhor. A água fica na altura do joelho, no máximo (pelo menos nos dias que passei).

Cheguei no camping muito cansada, e concluí que você deve pensar bem se deve fazer um ataque ao Loma del P. Tumbado, quem sabe se você iniciar a trilha mais cedo ficará mais leve. No acampamento tinha umas 10 barracas, é um camping bem legal, protegido do vento, do lado da laguna. Você consegue pegar água uns 5, 10 minutos a montante do camping em um córrego, na trilha que segue o circuito, ou na própria laguna (a água tem uma coloração meio acizentada, por causa dos sedimentos, rock flour/farinha glacial/farinha de rocha).

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Cerro Fitz Roy e Poincenot e nuvens lenticulares vistos do Parque Nacional los Glaciares, início da trilha. Foto: Yara de Mello, 2019.
Cerro Torre. Foto: Yara de Mello, 2019.
Nome de cumes do grupo Cerro Torre. Organizado por: Yara de Mello, 2019.
Placa informativa no Parque Nacional los Glaciares, início da trilha. Foto: Yara de Mello, 2019.
Cerro Solo. Foto: Yara de Mello, 2019.
Cerro Fitz Roy. Foto: Yara de Mello, 2019.
Mochila escondida das pessoas e das vacas na bifurcação para o Loma del Pliegue Tumbado. Foto: Yara de Mello, 2019.
Vaca selvagem (não pesquisei, mas acredito que estas vacas eram domesticadas, se separaram do grupo e foram se reproduzindo na região). Foto: Yara de Mello, 2019.
Capachito (Calceolaria uniflora) na subida para o Loma del Pliegue Tumbado, depois do mirante. Foto: Yara de Mello, 2019.
Adesmia villosa. Foto: Yara de Mello, 2019.
Oxalis loricata na subida para o Loma del Pliegue Tumbado, depois do mirador. Foto: Yara de Mello, 2019.
Cerro Torre (esquerda atrás das nuvens) e Cerro Fitz Roy (direita) visto do Loma del Pliegue Tumbado. Foto: Yara de Mello, 2019.
Cerro Torre (esquerda atrás das nuvens), Cerro Fitz Roy (direita), e Lagura Torre visto do Loma del Pliegue Tumbado. Foto: Yara de Mello, 2019.
Laguna Capri vista do Loma del Pliegue Tumbado. Foto: Yara de Mello, 2019.
Nuvem lenticular vista do Loma del Pliegue Tumbado. Foto: Yara de Mello, 2019.
Campo aberto depois que sai dos bosques, de onde é possível avistar o Lago Viedma. Foto: Yara de Mello, 2019.
Placa no campo aberto depois que sai dos bosques, de onde é possível avistar o Lago Viedma. Foto: Yara de Mello, 2019.
Ponto antes da descida de onde é possível avistar a Laguna Toro e o local de acampamento (seta vermelha). Foto: Yara de Mello, 2019.
Exemplo de tipo de sandália que prende no tornozelo para utilizar para atravessar os rios.
Exemplo de tipo de sandália que prende no tornozelo para utilizar para atravessar os rios.

Dia 2 (05/01/2019) Laguna Toro X Paso del Viento X Centro de El Chaltén (31,2 km)

Acordei cedo, minha bota estava seca, pois ventou a noite inteira e não choveu. O tempo estava bom, metade das pessoas do camping já tinham seguido adiante. Iniciei a trilha as 6h30min, e logo no início da caminhada (uns 20 min) tive a sorte de ver um casal de Cauquén Común e 4 filhotinhos saindo da mata e indo em direção à Laguna. O pai saiu primeiro da mata, seguido pela mãe e os filhotes logo atrás.

Segui caminhada e cheguei num rochedo que eu deveria ter contornado pela direita, mas fui por cima, consegui chegar na trilha certa, mas acabei rasgando a minha calça. Preste atenção nesse trecho.

Ao longo dessa trilha, depois do pasto das vacas, tem muitos totens (pilhas de pedras) para sinalizar a trilha. Cheguei na tirolesa um pouco ansiosa, mas a cruzei com tranquilidade, deu tudo certo. Segui a trilha e logo cheguei no Glaciar Rio Túnel Inferior. Você deve cruzar este trecho pela morena (terreno íngreme de pedras, cascalhos, areia na beira do glaciar), tem muitos totens para guiar este trecho. Ele é um pouco chato porque é um sobe e desce, uma hora cansei e fui indo por cima do glaciar, como era cedo, ele ainda estava bem congelado. Preste a atenção que um pouco antes de terminar o glaciar Rio Túnel Inferior a trilha começa a subir a escarpa da montanha. Logo encontrei um casal do Reino Unido, na faixa de uns 50, 60 anos, que estavam descendo. Eles me falaram que estavam vindo do norte, acredito que estavam fazendo a travessia dos glaciares, virei fã deles.

Vi umas pessoas acima de mim na trilha, mas percebi que elas acabaram se perdendo um pouco, porque estavam fora da trilha uns 30 minutos, acabei passando elas e as reencontrei somente quando estava retornando. Eles se perderam bem num trecho que a trilha faz uma curva para a esquerda para depois de um “platô” virar à direita. Nesse trecho de subida o terreno é bem íngreme e um pouco escorregadio e exposto, um tanto perigoso. Confesso que fiquei com um pouco de medo pensando na hora de descer. O tempo aos poucos começou a mudar, mas ainda tive a sorte de chegar no Paso del Viento com o tempo relativamente aberto, tive um bom visual do gelo continental (Hielo Continental or Campo de Hielo Sur). Este é o 3° maior gelo continental do mundo, ficando atrás da Antártica e da Groenlândia. Confesso que me emocionei lá em cima. As minhas fotos não conseguiram expressar a beleza que vi.

Cheguei lá as 10h20min e comecei a descer as 10h40min, era muito, mas muito frio lá em cima, e começou a nevar. Na descida eu percebi o quão importante é levar um bastão de caminhada para descer esses terrenos íngremes de pedras e pedregulhos, é escorregadio e perigoso. Tem uns 3 trechos piores, que se não fosse o bastão eu teria descido sentada. Mas no fim a descida não foi tão ruim quanto eu imaginava. O tempo foi piorando e além da neve tinha chuva. A neve não chegava a acumular no chão. Depois de uns 15 minutos de descida encontrei aquele grupo que tinha se perdido, eles estavam bem cansados. Continuei a descer e a chuva foi engrossando. Próximo à tirolesa encontrei um grupo de umas dez pessoas que estavam sendo guiadas, o guia me falou que eles desistiram de subir até o Passo del Viento por conta do tempo. Ainda bem que fui cedo, se não teria desistido também.

Ainda antes de chegar na tirolesa atravessei o Glaciar Río Túnel novamente, mas dessa vez a maior parte por terra, porque como já era mais tarde tinha derretido bastante gelo, formando vários canais de água. Fiquei com medo, e é perigoso mesmo, melhor cuidar. Para atravessar a tirolesa precisei ser mais cautelosa porque estava tudo molhado por causa da chuva. Quando fui usei a polia, mas na volta, por conta da inclinação do terreno, a polia estava do outro lado do rio, e atravessei conectando o mosquetão de aço no cabo. O grupo com o guia desceu para jusante da tirolesa e atravessaram pelo rio. Tem pessoas que fazem isso, mas assim, você só conseguirá passar na entrada do parque, no registro, tendo os equipos da tirolesa. Então é conveniente utilizá-la. A não ser que tenha uma fila imensa de pessoas atravessando e você não tenha paciência de esperar.

Cheguei no camping as 13h55min e não tinha ninguém lá, estava chovendo e era muito cedo. Comi, entrei na barraca e pensei bastante se eu iria ficar lá ou retornar para a cidade. Decidi retornar porque era muito cedo, quando estava terminando de arrumar minhas coisas foram chegando algumas pessoas no camping.

Esse retorno foi doloroso, porque eu já havia caminhado 16 km, com um aclive e um declive de aprox. 800 metros e precisei caminhar mais 15 km até a sede do parque com cargueira. Essa caminhada foi debaixo de chuva, vento e neve em alguns trechos. Eu estava encharcada (mesmo usando casaco impermeável) e quanto mais andava mais cansada eu ficava. Eu era a última pessoa da trilha, seguindo no mesmo sentido que eu, encontrei umas pessoas no sentido oposto. Eu não podia parar porque o frio era demais, eu estava congelando, o meu peito estava muito gelado e eu estava com medo de ter uma hipotermia, por isso, eu andei continuamente, parando apenas pra pegar comida na mochila e seguir andando e comendo. Fui andando e conversando em voz alta, cantando, fazendo o que eu podia para me distrair e me ajudar a esquecer do frio e do cansaço das pernas. Acho que esse último trecho foi a pior experiencia que eu já tive no montanhismo. Pior no sentido de estar completamente desconfortável e em risco por conta do frio. Quando cheguei no camping a primeira coisa que fiz foi tomar um banho muito quente de uns 15 minutos. Aos poucos fui melhorando. No fim cheguei a conclusão que era melhor ter retornado no dia seguinte.

FOI UMA ÓTIMA AVENTURA e a mais desafiadora dessa minha temporada na Patagônia. Ainda quero retornar para ver a Bahía de los Témpanos e mais do campo de gelo do sul da Patagônia nesse circuito.

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Casal de Cauquén Común e seus filhotes nadando na Laguna Toro. Foto: Yara de Mello, 2019.
Trecho da trilha depois de passar pela Laguna Toro, onde deve-se contornar o rochedo pela direita (linha vermelha = trajeto que fiz; linha verde = track que baixei). Elaborado por Yara de Mello, 2019.
Tirolesa sobre o rio Túnel. Foto: Yara de Mello, 2019.
Tirolesa sobre o rio Túnel. Foto: Yara de Mello, 2019.
Tirolesa sobre o rio Túnel. Foto: Yara de Mello, 2019.
Rio Túnel no trecho da tirolesa. Foto: Yara de Mello, 2019.
Trecho que atravessei sobre o Glaciar Rio Túnel Inferior. Foto: Yara de Mello, 2019.
Glaciar Rio Túnel Inferior. Foto: Yara de Mello, 2019.
Glaciar Rio Túnel Inferior. Foto: Yara de Mello, 2019.
Trecho da trilha onde você passa próximo, mas não em cima do Glaciar Río Túnel Inferior. Seta amarela indicando a curva que deve ser feita a esquerda, e bola vermelha sinalizando onde o grupo que se perdeu da trilha estava. Organizado por: Yara de Mello, 2019.
Trecho da trilha logo depois de passar pelo Glaciar Río Túnel Inferior que precisa ter atenção e virar a esquerda (seta amarela). O ponto vermelho é onde estava o grupo desorientado. Elaborado por Yara de Mello, 2019.
Subida após passar pelo Glaciar Rio Túnel Inferior. Foto: Yara de Mello, 2019.
Laguna Túnel Superior. Foto: Yara de Mello, 2019.
Pássaro sobre um totem de pedras. Foto: Yara de Mello, 2019.
Flora local. Foto: Yara de Mello, 2019.
Campo de gelo do sul da Patagônia. Foto: Yara de Mello, 2019.
Campo de gelo do sul da Patagônia. Foto: Yara de Mello, 2019.
Campo de gelo do sul da Patagônia. Organizado por: Yara de Mello, 2019.

Agradeço ao Regi e a Angelita pelas várias dicas sobre El Chaltén.

Leia também sobre minha aventura no Circuito W.

Se você curte conhecer montanhas da Patagônia dê uma olhada neste link.

Relato interessante sobre o Circuito Huemul.

 

 

 

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