Fomos conhecer esse pico de escalada no dia 16 de junho de 2024. Fomos eu, Mari, Elcio e Anderson. Saímos de Joinville por volta das 7h30min. Deixamos o carro na frente de umas casas que tem próximo a entrada da trilha para acesso a face noroeste do morro, no setor Vista para a Baía.

Pagamos um valor para o morador (por deixar o carro), bom levar um trocado em dinheiro, e logo iniciamos a caminhada. A trilha segue pelo leito de um rio seco, e depois bifurca a esquerda, é relativamente íngreme até o final, uns 40 minutos de caminhada.

Iniciamos (eu e Anderson) a escalada pela via Na Hora Certa 4° V sup E3 136m. O crux está logo no início da via com um lance de aderência. Tem uns dois lances de aderência mais marcantes. O crux em si é bem protegido. A via toda considerei bem protegida. Talvez até um E2, se for comparar, por exemplo, com a distância das proteções da outra via que entramos (Pantanal Serrano).

Considero que tinha um crux de talvez um IVsup ou V próximo a um tetinho (fenda lateral/ contato entre a parede mais positiva e a vertical) no terceiro esticão antes da P2 não identificado no croqui. E na terceira enfiada onde marca um lance de IVsup não consegui identificar. Quinto esticão o mais fácil. Emendamos os esticões conforme sugerido no croqui. A corda de 60m em alguns rapéis da bem na risca, por isso atenção! (isso serve também para a via Pantanal Serrano). Iniciamos a via um pouco depois das 10 horas e estávamos terminando os rapéis por volta das 11h30min.

Não entramos na via Chuva de Lacas, mas a Mari e Elcio sim, e acharam mais fácil que a Na Hora Certa. Então diria que essas duas vias são boas para se aclimatar no morro e para quem não curte muita exposição.

Já a via Pantanal Serrano 5° VI E3 213m é outra história. Até a P1 até que as chapas são mais próximas, mas pega uma aderência mais dura, de doer as panturrilhas para quem não é tão acostumado. E pega no psico também. Logo na saída já tem um crux duro de aderência. 

Entre a P1 e a P2 as chapas começam a ficar mais distantes, apesar de a escalada ser um pouco mais fácil. O crux da cordada de Vsup é protegido (aderência). Entre a P2 e a P3 a escalada inicia numa rocha mais “suja”, esfarelenta e com musgo, depois na parede mais vertical vem os dois crux de VI da cordada, que não são tanto em aderência, mas sim de reglete. Tem que fazer pressão e tem um pouco de exposição também.

A última cordada (57 m), entre a P3 e a P4, tem uma aderência delicada logo que sai da P3, as chapas são distantes, tem uns lances mais suaves, mas tem pelo menos uns 3 de aderência mais delicada. Mas para mim o pior dessa cordada sem dúvidas foi o lance de Vsup entre a última chapa e a P4. Ali tem uma aderência delicada e a exposição é grande, não quero guiar novamente esse lance tão cedo rsrs. Achei muito exposto e não tenho tanta habilidade na aderência. Não seria uma queda legal, uma chapa intermediária deixaria mais suave para o psico.

Essa via foi mais exigente, então mais demorada também, sem falar que eram 8 rapéis da descida e ainda fiz umas imagens de drone da parede.

Observação: tem bastante mosquito na base, levar repelente. Estávamos em um período de Veranico, em dias bem frios talvez seja mais tranquilo.

Gostei demais do setor, um ótimo local para treinar aderência, o visual é incrível e é um lugar mais isolado, mais conectado com a natureza. 

Esse é um breve relato, mais informações e detalhes estão disponíveis no guia do morro, feito pelo Tavinho, que é um dos conquistadores das vias

 

Elcio e Mari escalando a via Território Palmiteiro. Foto: Yara de Mello, 2024.
Morro do Cabaraquara. Foto: Elcio, 2024.
Anderson na P2 da via Na Hora Certa, Morro do Cabaraquara. Foto: Yara de Mello, 2024.
Morro do Cabaraquara. Foto: Yara de Mello, 2024.
Morro do Cabaraquara. Foto: Yara de Mello, 2024.